28/05/2008

Recordações

Enquanto dormes com o papá "fofinho", a mãe recorda a vida que vivia antes de chegares...

Nota: Ena, Ena... e pela primeira vez mexi na aplicação Windows Movie Maker e consegui fazer o que queria!

Sinto-me estranha...

Ontem o final do dia não correu bem.

Saíste da escola com a birra e desafiaste-me durante todo o caminho para casa. Não te consegui dar a volta.

Foi uma noite meio esquisita, em que não houve tempo para os nossos mimos e hoje sinto-me estranha. Tenho saudades tuas, apetece-me cheirar-te, beijar-te, fazer-te cócegas, perder-me contigo olhos nos olhos.

Sinto-me estranha. Logo hoje vais dormir com o papá...

Pronto, acho que estou com a neura, filha.

Para que vejas que mesmo quando me zango contigo e tu me respondes que sou "má" não fico bem. Educar não é fácil e cabe-me a mim educar-te, mostrar-te caminhos e opções. E esses caminhos e opções podem trazer-nos coisas boas ou coisas más. São consequências dos nossos actos.

Rock in Rio

Será que é este ano que me estreio a ir ao Rock in Rio?

Tu, por enquanto, ainda ficas em casa, filhota!

Pois bem, planeio assistir pelo menos aos seguintes concertos:
Alanis Morissette e Bon Jovi!

26/05/2008

O calor do nosso amor

Não me lembro de alguma vez ter adormecido na cama da minha mãe. Acredito que tenha acontecido em alguma altura da vida, mas não tenho memórias desses instantes.

Como tal, nunca encarei a cama da minha mãe, ou do meu pai, como um refúgio ou mimo.

Tu, sim, já perdemos as vezes que dormiste comigo ou que me pedes que fique a teu lado, que te dê colinho e que adormeças nos meus braços, com o calor do nosso amor a aconchegar-nos às duas, pernas entrelaçadas, mão com mão...

E eu já perdi a conta às vezes em que não te passei para a tua cama quando vou (finalmente) deitar-me porque precisava de um refúgio e de mimo.

E é assim que se vai desenvolvendo a nossa relação: eu não me esqueço que sou mãe e tu filha, mas de vez em quando brincamos fingindo (ou não) que os papéis por vezes invertem-se: aí és tu que me mimas, me consolas e me dás força para ser a mulher que sou.

Boa!

Uma troca de e-mails com o teu papá:
"Estou a pensar ir hoje buscá-la à creche e depois levar-ta mais tarde- tipo 8H , 8h30m já jantada , que te parece?"

E a minha resposta foi só uma:
"Parece-me muito bem. Já agora podes dar-lhe o banho?"

19/05/2008

17 de Maio de 2008

Há 18 anos nasceste.

Recordo-me de ter ido à maternidade visitar-te e ver um bebé ao colo de uma enfermeira. Parei, olhámos nos olhos um do outro e senti que eras o meu mano. O mano com que sempre eu tinha sonhado e tão desejado. E eras. Até hoje mantemos esse laço forte e instintivo.

Há 18 anos foste tu que me deste uma nova perspectiva sobre o amor.

Acho mesmo que foste a pessoa que pela primeira vez amei tanto que não poderia, jamais, viver sem ti.

18 anos depois és um jovem rapaz bem formado, educado, calmo, sensato, místico e racional. Não nos dás preocupações nenhumas e tens sobre ti uma aura muito especial, que nos transmite calma e força a todo e qualquer momento.

Parabéns, meu mano pequenino, meu bebé!

Parabéns por já seres um Homem grande e um grande Homem. Que a vida te mantenha sempre no caminho certo.

Amo-te muito!

16/05/2008

Como é que disse?

Esta manhã:

- Olha, mãe, hoje não és tu que me vais buscar à escola.
- Ai, não? Então, quem é que vai?
- É o meu pipo (primo). O meu pipo e a minha pipa.
Engraçado... e eu que não sabia de nada! Será que a miúda sonhou com isso?

Já na escola:

Desde o berçário que tens uma amiguinha linda: a Sara. Franzina, olhos grandes e expressivos e cabelo escuro comprido. Com quinze dias de diferença uma da outra, são muito companheiras. Já me tinhas contado és mamã da Sara, mas nunca percebi que levassem tão ao peito essa ligação de mãe e filha!
A Sara viu-te chegar e exclamou:
- Mamã, mamã... Oh, minha mamã!!!

Maus momentos...

Recordo-me de há exactamente cinco meses atrás ter adormecido contigo nos meus braços.

Estava preocupada e angustiada, com o (mais que possível) desfecho da maior desilusão que alguma vez tive na vida, a muitos níveis.

Só pensei em proteger-te e passei a noite em claro, a dar voltas à cabeça, a pensar no que poderia aí vir e da enorme responsabilidade que tinha em relação a ti.

Cinco meses depois estamos óptimas e muito felizes com uma vida muito melhor.

E aprendi mais umas quantas lições.

Hoje vejo tudo o que passámos pela positiva e sei, uma vez mais, que nada acontece por acaso. Tudo na vida tem um motivo.

Mas também sabes, princesa, que há coisas que ainda não ultrapassei. E que acho que nunca vou ultrapassar. Mas não dou tempo de antena a esses pensamentos. Só deixei de acreditar (e de vez!) nas pessoas.

Mas às vezes parece que ainda tenho tanto para dizer, mas tanto mesmo... Choque, indignação, desilusão...

Hoje vamos comemorar as duas esta fase maravilhosa da nossa vida! :) Boa?

15/05/2008

Ups...

No caminho para a escola:

- Oh, mãe, tu esqueceste-te de me dar o meu remédio... és mesmo tonta!

Ups, pois sou... e ainda por cima o remédio é o antibiótico*!

* mais uma inflamação resultante da otite cerosa. Perda de audição no ouvido direito. Vamos a uma consulta de alergologia pediátrica. Em Setembro ou Outubro vais colocar os tubinhos nos ouvidos e ser operada aos adenóides. Nada de mais! :)

12/05/2008

E por falar...

... em partilhas...

Filhota, não era bom estarmos em frente a uma embalagem deste gelado, cada uma com uma colherzinha, a partilharmos o seu conteúdo, do princípio ao fim?
Bem, se calhar para ti era melhor se eu te deixasse comer uma gelatina gigante ou um pacote de gomas, não é? Doces de colher não fazem parte das tuas preferências!

Uma amiga perguntava-me...

"O que é para ti a amizade? Como é que a explicarias à tua filha?"

Pois bem, filha, para mim amizade é um sentimento, um estado ou uma relação que cada vez consigo explicar menos.

Hoje em dia não disserto acerca deste tema, porque estou (e muito) desencantada. Este desencantamento não me traz mágoa, nem pena, nem qualquer tipo de sentimento negativo. Apenas indiferença. Ou pelo menos luto para que assim o seja.

Deixei de pensar nele e querer exprimi-lo por palavras. Limito-me a agir de forma racional, dando provas de amizade a quem acho que tenho que dar e pouco mais. Já precisei muito mais dos amigos do que preciso hoje em dia. Essa dependência, que de vez em quando roçava o doentio de tão falsa que era, desapareceu.

Hoje em dia tenho os amigos com que falo quase todos os dias, os amigos com quem desabafo uma angústia ou uma preocupação, os amigos com quem rio à gargalhada, os amigos com quem saio, os amigos com quem me perco numa tarde de compras, os amigos com quem compartilho os teus sorrisos ou os amigos com os quais vejo o pôr-do-sol em silêncio. Nem sempre são precisas palavras ou promessas de amizade eterna. E muito menos distingo os amigos com letra maiúscula ou minúscula.l

Prezo-te sim a ti, à família, ao teu pai e ao nosso porto de abrigo.

E tu, filha, és a minha melhor amiga.

És a minha melhor amiga quando ligas a televisão para eu ver as notícias.

És a minha melhor amiga quando pões creme no meu braço porque tenho um dói-dói.

És a minha melhor amiga quando te afundas no meu colo e me fazes festinhas na cara e me prendes uma madeixa de cabelo solta por detrás da orelha.

És a minha melhor amiga quando fazemos palermices juntas e nos rimos à gargalhada.

És a minha melhor amiga quando me ajudas a escolher a roupa para vestir.

Ou seja, filha, a amizade está nas coisas mais simples da vida... e eu tenho muita sorte por ter uma amiga como tu.

Mesmo quando tenho que deixar de ser amiga para ser mãe. :)

08/05/2008

Da minha para a tua infância

Recordo-me do cheiro da tinta branca com que se colavam os cromos das primeiras cadernetas de que me lembro.

Pouco mais tarde, recordo-me do papel fino e lisinho e dos autocolantes bonitos das cadernetas que fui coleccionando ao longo da minha infância.

A emoção de abrir as carteirinhas e ver que números é que tinham saído, as trocas entre amigos e, finalmente, a cartinha para a Panini a pedir os últimos cromos que faltavam para completar aquele caderninho mágico e colorido.

Este fim-de-semana comprei-te a primeira caderneta e tenho vivido contigo o mesmo entusiasmo de quando era criança:

À hora de almoço vou comprar mais cromos!

07/05/2008

Decide-te...

Na hora do banho:
- Não, não quero tomar banho. Tomo logo. Não, tomo amanhã. Não quero. Deixa-me brincar!
(levada em braços para a banheira, com uma birra pelo meio)

Quinze minutos depois:
- Não, não quero sair do banho. Sai, a água ainda está quente. Estou a brincar. Não saiooooooooooooooooooooooooooooooo!
(tirada em braços da banheira, com uma grande birra pelo meio)

Será que esta fase dura muito??? Dahhhhhhhhhhhh...

Cenas num autocarro

- Senhora, como é que te chamas?
- Digo-te o meu nome se me disseres o teu!
- "Pipiloca" Meias Altas
- Ai, é? E onde é que estão as meias?
(silêncio)
- O que é que aconteceu aos teus dentes? Estão partidos?
(a senhora faz cara feia)

Achei melhor intervir:
- Maria, vamos sair nesta paragem. Deseja uma Boa Tarde à senhora.

E saímos, uma criança descontraída e uma mãe que pode finalmente soltar uma gargalhada!

02/05/2008

Afinal...

A entrevista correu melhor do que pensávamos e foste aceite na tal escola!

Agora é tratar de todas as papeladas e aguardar por Setembro.

Vais ficar perto de casa. Perto de casa, com uma mãe menos stressada e com uma avó emprestada a poder ir buscar-te quando eu estiver atrasada. :)

Não era a minha primeira escolha, mas... é o possível por agora.

Não há, por enquanto, dinheiro para muito mais. Mas pelo menos poderás ficar lá até concluíres o 4º Ano,

Sim, porque eu não me estou a ver a deixar-te frequentar o ensino público no 1º ano. Até porque é só para quem pode, não para quem trabalha o dia inteiro!!!

PS: Em relação à educação profundamente católica que dão no colégio novo, não te faz mal nenhum saberes como e em quê ter fé. Mais tarde farás a tua escolha e retirarás da religião católica os ensinamentos que entenderes! :)