30/09/2008

Revolta

Não há palavras para exprimir a revolta que isto me faz sentir.

Onde é que vamos parar?

29/09/2008

A semana das decisões...

Abriu uma vaga, com muito factor cunha à mistura, numa escola com bons princípios de orientação pedagógica, aqui para os lados do meu trabalho.

Quinta-feira tenho reunião com a Direcção Pedagógica e educadora da tua escola.

Diria que 90% da minha decisão está tomada, mas ainda muita coisa pode acontecer porque há factores ainda por analisar.

O que eu não aguento mais é continuares a chorar de desespero e tristeza todas as manhãs...

25/09/2008

Flash's

Não há pachorra para escrever mais que flash's.
Este mês não está a ser nada fácil, em muitos sentidos, filhota. Nem para ti, nem para mim...

Por isso, apenas flash's:

O primeiro
Enquanto lavavas os dentes, remexia nas madeixas do teu cabelo. Adoro o teu cabelo e quero guardar na minha memória o seu tom castanho dourado, os fios fininhos, o liso impecável, o cheiro a champô de aveia...
- Mãe, pára. Deixa a minha cabeça. Vai mexer na tua!
(Acordei para a realidade. Simpática... Restam-me as fotografias para a tal memória futura.)

O segundo
- Maria, vamos lá conversar as duas. O teu comportamento hoje deixa-me triste e quero perceber o que se passa. Estás a ouvir-me?
Sentaste-te no chão, em frente à mãe e com ar de enfado respondeste:
- Vá, mãe... diz lá... diz... diz as palavras...
(Dahhhh, já dá respostas assim???)

O terceiro
Chora todas as manhãs. Gritos. Mãos pelo ar. Agarras-te a mim que nem uma lapa. "Mais um abracinho", "Mais um beijinho", "Não quero que te vás embora", "Vem-me buscar cedo", "Não vás para o trabalho", "Mamã, oh, mamã... Mamãããããããããã...". Chucha no bolso do bibe (dois anos depois de teres deixado de usar chucha na creche). Lágrimas. Olhar perdido e desesperado. Este último teu e meu... está a ser difícil de aguentar, somado a tudo o resto.

O quarto
Hoje vais de fim-de-semana prolongado até à Serra. Vais com o avô, que está de férias. Primeiro fim-de-semana com eles, e a dezenas de quilómetros de distância. Faz-te bem e fazes gazeta à escola. Voltas Domingo. Até lá, filha linda.

E eu vou ali e já venho, a ver se junto pedaços, se analiso e encontro solução para tudo.

Uma certeza, porém: quem espalha a maldade tê-la-á de volta.

Outra certeza: esperava esta notícia há algum tempo. E ela despedaça-me (mais um bocadinho). E a esperança de nos sentarmos juntos num banco de jardim daqui a alguns (muitos) anos torna-se mais remota e ténue. Mas eu sinto-a...

22/09/2008

Mini-inquérito

Pergunto-me (e pergunto-vos) se isto será normal:

- dois dias fruta, um dia gelatina, outro dia mousse de chocolate e, por fim, um dia iogurte de morango*.

* lista de sobremesas na escola da minha filha, a semana passada

16/09/2008

O meu presente...

Recebi um presente esta manhã: um desenho que fizeste ontem na escola.

É a nossa família. Eu, o pai e tu.

E não tenho mais palavras.



10/09/2008

Não vale a pena ler II...

Ufa, já não me identifico (muito) com o que escrevi esta manhã.

Mas continuo a ter um aperto no peito intercalado com ansiedade.

Mas, nada de mais...

Não vale a pena ler...

Já…
… não me identifico com o que sinto.
… não me identifico com as emoções à flor da pele.
… não me identifico com o(s) ataque(s) de choro na casa de banho do escritório.
… não me identifico pela cara marcada com o sofrimento que sinto.
… não me identifico com o meu corpo controlar as batidas do meu coração, a ansiedade e a tristeza constante.

Então…
… porque é que é tão difícil lutar contra tudo isto?

Já não sou eu. Eu já não sou assim. Então porque é que me sinto assim?

Que raiva. Que desespero.

Não me apetece nada, a não ser voar para junto de ti.
Não me apetece nada, a não ser que o relógio avance depressa e as 19h cheguem depressa e eu esteja no átrio da escola à espera de te ver correr para mim por aquele corredor frio e cinzento.
Abraçamo-nos, sentimos o calor uma da outra e vamos, de mão dada, até casa. Recolhemo-nos no palácio das princesas e ficamos ali a viver uma para a outra o resto do dia.

Não sou uma mãe (assim tão) stressada, mas esta semana está a ser, pura e simplesmente, horrível. Pela primeira vez na vida, sinto que não gostas da escola, que te angustias logo de véspera a pensar que vais para lá. E quando sais de casa choras agarrada a mim. Queres ir ao meu colo, encostada no meu ombro, pedes mil abraços e beijinhos. Ficas, perdida, de olhar assustado, a tentar resistir ao pânico de me veres sair. E eu já não estou a aguentar. Não sou o tipo de mãe que consegue resistir ao sofrimento de um filho. Isso tira-me forças. Totalmente. Tenho-as para ti, mas esgotam-se aquela hora da manhã e passo o resto do dia com o cansaço e abatimento típico de quem está esgotado e desgastado emocionalmente.

E há quem não perceba, desvalorize, goze, o que seja… Mas quem te conhece realmente sou eu, princesa, e eu quero que saibas que não tenho outra hipótese que não seja deixar-te na escola e que não podemos fraquejar ou vai ser pior para as duas.

Passas dez horas e meia num sítio em que não te sentes bem. Isso é justo? NÃO!!!

Às vezes a vida consegue ser uma grande mxxxx (versão light: caca).

09/09/2008

A (difícil) adaptação

Estou com a sensação de que me passou um camião por cima, filha.

A adaptação à nova escola não está a ser fácil.

Começaste a chorar ainda em casa. O caminho todo até lá também.

Entrei na sala contigo, com calma e sem te pressionar muito, olhando discretamente para o relógio para não me atrasar. Depois de abracinhos e choros, disseste-me “Vai para o trabalho, mamã. Dá cá beijinho”. Sol de pouca dura. Choraste novamente, duas coleguinhas tuas também se sentaram no meu colo procurando consolo… os meus olhos marejados de lágrimas. Por fim, trocaste o meu colo pelo da tua educadora e lá consegui vir-me embora.

Saí a porta da escola (finalmente eu) em pranto. Triste porque vi o esforço que fizeste para ficar, de cara apreensiva e assustada, o que não é nada típico em ti. Via-se mesmo que tentavas ser forte, mas que não estavas a conseguir.

Vejo também que a tua educadora não tem mãos em tantos meninos e tanto choro. Um dia de cada vez… vamos lá ver como é que vai correr nos próximos dias.

Mas estou triste, de coração apertado.

Hoje só tive vontade de largar tudo e poder ficar contigo o tempo que fosse preciso até te acalmares.

Prometi que logo, depois do banhinho e do jantar, fazíamos uma festa do pijama.

Vamos divertirmo-nos muito e tentar ter mais uma conversa contigo sobre a escola.

Entretanto, dois registos das tuas saídas “cómicas”:

1. Tentávamos que contasses como tinha sido o dia, e respondeste enfadada:
- A Escola é o meu trabalho! (como quem diz, não posso falar disso)

2. À noite, passei-te o telefone à Tia C., para que falasses com ela. Coloquei o telefone junto ao teu ouvido direito. A tua resposta:
- Neste ouvido não, mãe. Este não percebe nada. (andas a ouvir mal outra vez, e precisamente do lado direito)

08/09/2008

2ª feira

Há dias em que não estou nem bem nem mal, mas apetece-me ficar sossegadinha no meu canto, caladinha. Hoje é um desses dias.

Do que eu gostaria mesmo era de poder estar em casa contigo, o dia todo.

Oxalá que o dia passe depressa.

04/09/2008

Ah, pois é...

- Menina, hoje temos caracóis (bolo). Posso embrulhar?
- NÃO!
- De certeza?
- Sim!
- E ainda quer adoçante no café?
- Quero!

Continuo a fazer dieta e 6 kg já lá vão!

Nunca tinha tido força de vontade suficiente para uma batalha destas, mas estou a gostar de ver os resultados. A semana passada desanimei porque a balança não registou o meu esforço, mas agora já regularizou.

Além de peso, perdi volume, sinto-me mais leve, a roupa mais folgada... e quando tento vestir roupa que (ainda) não me serve penso assim: ok, mas fica ali de lado porque não tarda nada já vou conseguir vestir isto.

Estou a gostar deste esforço que nunca tinha feito, por duvidar de mim.

03/09/2008

Parabéns, minha filha!

Ontem à noite o relógio denunciava que já passavam duas horas desde aquela em que deverias estar a dormir.

Ontem à noite choraste durante mais de meia hora, não porque não querias dormir, mas sim porque estavas angustiada. Só ao fim de um grande bocado é que desabafaste comigo: "eu não quero ir para a escola grande. Eu quero ir para a minha escola pequenina e brincar com os meus amigos. Eu não quero uma professora nova". Acolhi-te nos meus braços, confortei-te, expliquei-te tranquilamente o que mudava a partir de hoje, as coisas giras que vais aprender, os amigos novos que vais conhecer e por aí fora. Acalmaste e adormeceste.

Hoje de manhã não estavas bem. Calada e introspectiva, mas colaboraste na rotina das manhãs, que antecedem a saída de casa. Vestiste o bibe e foste para a porta. Nada orgulhosa. Calada e instrospectiva.

Entraste na escola, calada e instrospectiva, colada a mim e a pedir colo. Sentei-me contigo sem olhar para o relógio, a brincarmos e a explorarmos o novo espaço. Sabia que chegaria o momento em que me poderia vir embora e não queria fazê-lo com pressas para não chorares. Não valia a pena. E sim, esse momento chegou, ainda que com uma pequena mentira pelo meio:
- Mãe, tu vais para o trabalho e depois vens cá ver-me? Vens do trabalho aqui ver-me?
- Sim, princesa.

Menti, mas sei que vais compreender a minha desculpa. Culpamos o chefe e está feito, lololo.

À hora de almoço falei com a tua educadora e as lágrimas caíam pelo meu rosto enquanto a ouvia:
- A Maria está muito bem. Não chorou vez nenhuma, cumpriu com tudo o que lhe foi pedido. É muito querida! Almoçou muito bem e repetiu duas ou três vezes. Disse que a comida era muito boa. Está a dormir. Não se preocupe, está tudo bem. Mas se puderem venham buscá-la mais cedo!

Rebento de orgulho nestes momentos.
Posso duvidar de mim enquanto mãe, mas em momentos destes sei que estou a educar-te bem, tal como o pai, e que tens formado uma personalidade extraordinária (nalguns aspectos): és forte, independente, acreditas em ti própria, és convicta e adaptas-te às mudanças muito facilmente. Não és lamechas. Parabéns, filha.

Estou muito orgulhosa de ti, mesmo que logo voe um banco da cozinha, ou me venhas dizer que quem mandas és tu e que a nossa casa é tua, eheheh.

02/09/2008

O recomeço...

... do stress do dia a dia:

- voltou a haver trânsito;
- circulam mais transportes públicos;
- há muito mais gente nos transportes públicos;
- voltamos a ver crianças (demasiado) pequenas a caminho das creches e de mini-mochilas às costas;
- o bloglines indica-me que tenho muitos mais posts para ler, de quem já veio de férias.

Mas ainda há quem ande muito caladinha. As férias certamente ainda não terminaram!



PS: e mais, depois de duas semanas calmas de trabalho, hoje já está a apertar! Pronto, desmame das férias feito à força, é o que é.

Amanhã...

... começa uma nova etapa, uma nova escola, uma nova linha pedagógica, uma nova educadora, novos amiguinhos...

E eu já estou mais calma.

O novo bibe e o novo chapéu já estão à espera de serem orgulhosamente vestidos amanhã de manhã.

E eu sei que tenho uns papéis que é suposto levar assinados e que tenho uma lista com as coisas a levar para lá ficarem:
- Lençóis;
- Manta;
- Muda de roupa... e não me lembro se é preciso mais alguma coisa!!!

Ui... acho que afinal estou a ficar com uma dor de barriga... e vão decorar o teu nome à primeira? E será que é muita galinhice ligar a meio do dia para saber como estás? E? E? E?...

Humpf, vou assinar como Mãe Galinha.