09/12/2004

O Natal


Olho à minha volta e vejo toda a gente a viver o Natal de forma muito efusiva.

Eu?... Eu não!!! Estou muito calma nesta quadra, aliás como sempre! Não percebo o histerismo que se vive à volta do Natal, porque é que não se vivem as coisas com mais calma e menos consumismo, mas as pessoas têm é que fazer pela sua felicidade, por isso, se se sentem felizes... cada um faça aquilo que melhor lhe aprouver!

Dou por mim a pensar que o Natal do próximo ano terá um significado diferente para mim, que o preparei para a minha filha o viver intensamente, mas que lhe procurarei incutir os valores que eu tenho em relação a esta quadra: mais um pretexto para estar com a família, para passear num final de dia e ver as iluminações de Natal nas ruas, para toda a família se juntar a efectuar os preparativos da ceia... e para receber umas prendinhas extra!!! Prendinhas essas que não devem ser demais e que devem ter todas utilidade. E apenas isso...

Maria, esse é o Natal que tenho para te dar porque foi com este que cresci e é com este que consigo dar valor aos valores familiares, mas sem ilusões... dias a seguir volta tudo ao mesmo...

Com a mamã não há hipocrisia nesta quadra, nem há consumismo desenfreado... Lamento, não tenho tempo para pensar nesse tipo de comportamentos quando tenho tanto para me preocupar, da nossa vidinha e da vidinha do Mundo... O Mundo onde há crianças a morrer à fome e com falta de cuidados médicos básicos, velhotes que passam a consoada sós e abandonados com uma braseira que lhes aquece os pés e não o coração, gelado de dor... animais abandonados no meio da rua... E... E... E... E... E...

Enquanto penso nisto há quem esteja a fazer 1.001 compras em 1.001 superfícies comerciais...

Enquanto verto uma lágrima sobre este egoísmo há quem pense que vai oferecer uma caixa de Ferrero Rocher ao Amigo Secreto do jantar da empresa... que se calhar até se vai esquecer dela no Restaurante...

Enquanto penso nisto há uma criança que pede 1.001 brinquedos a uma mãe que lhe diz de lágrimas nos olhos que só tem dinheiro para lhe dar um brinquedo, não 1001... (E porque não lhe ensinámos que um chega?...)

Enquanto penso nisto... já encolho os ombros... posso lá eu mudar o Mundo?! Mas contribuo... não destruindo os valores pelos quais fui educada... E educo-te agora a ti, Maria, minha princesa e meu sorriso. Amor terás sempre. E isso não é mais importante do que os brinquedos da moda?... Para mim o teu Amor é, minha pipoquinha... Não preciso de mais nada!

Mas... ainda assim: Feliz Natal para todos!!! E lá está... que o vivam cada um à sua maneira... Quero é ver sorrisos!

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Lara!!
Pena a maioria das pessoas não pensarem assim!!!
Lá em casa aproveitamos está epoca para dar uns aos outros o que mais falta faz e aproveitamos para reunir parte da familia!!!
Sempre que posso faço uma especie de cabaz para dar a quem precisa de comida para essa noite...
Mas infelizmente o Natal para muita gente não é isso... não é paz e alegria...
Beijocas
Um Bom Natal para ti e para a tua Maria
PM www.quasegravida.blogspot.com

Anónimo disse...

É a primeira vez que visito o teu blog, descobri-o porque costumo visitar o blog da nossa amiga Quase Grávida (o blog dela não deixa colocar comentários anónimos).
Estou de acordo contigo. O meu Natal sempre foi, e será, uma reunião de família. Um momento em que partilhamos as experiências vividas, porque infelizmente e ao ritmo que a vida corre, não temos tempo para nos encontrarmos com a frequência que todos desejamos.
E, por isso, para mim seja uma ocasião especial.
Uma beijoca Ana
http://xapinha.blogs.sapo.pt

Romy Maria disse...

Vim pelo link da PM parar ao teu blog.

Pena que há tão poucas pessoas a penar como tu, o consumismo deixa toda a gente possuída, a necessidade de agradar alguém comprando-a. Acho que acontece durante o ano inteiro, mas nesta altura é realmente um exagero.

Quando amor, carinho e atenção é capaz de fazer de uma criança a pessoa mais feliz do mundo compensasse com prendas caríssimas ou com 1.001 prendas a falta de presença dos pais aos seus filhos.
Será que acreditam mesmo que fazem deles melhores pessoas? Ou o futuro dos filhos não os preocupa?