03/11/2008

Pais em luta pelos filhos

Leio em silêncio a Notícias Magazine deste fim-de-semana, enquanto os meus olhos marejam de lágrimas, a minha pele arrepia-se, o meu estômago embrulha-se e o meu coração angustia-se...

A reportagem em questão chama-se Pais em luta pelos filhos. Há pais filhos da puta, mas acho que há mães muito, mas muito mais, filhas da puta e com a mania de que têm o rei na barriga (Leia-se, arma ideal contra o pai: filhos).

Será que há alguém que consiga entender que no meio disso são as crianças que saem marcadas e prejudicadas???

É nestas alturas que sei que sou muito boa mãe. Muito melhor do que essas tipinhas que fazem jogo sujo.

Uma alegava perante o Tribunal de Menores de que o pai não deveria ficar sozinho com a filha bebé de meses porque ele teria limpo o umbigo da criança recém-nascida com violência (sangrou, o que é relativamente normal, como sabemos) e que ele lavava os biberões com detergente da loiça. Coitadinha da menina... isso são maus tratos?

E a mãe que privou a filha de contacto com o pai e seis meses depois apresentou queixa dele por abusos sexuais...

Conheci em tempos alguém que se zangou com o marido e lhe exigiu logo a assinatura de um documento em que lhe dava a guarda das crianças.

Isso é ser boa mãe???

Quem é que são estas gajas, pá?

Isto tira-me do sério. Sei que há casos e casos... mas a conivência do Tribunal de Menores com as mães intocáveis revolta-me de uma maneira que até fico fora de mim!

9 comentários:

Filipa disse...

É verdade, há muitas mães que usam os seus filhos para afrontarem os seus pais.
Deve ser uma situação muito complicada, e admiro-te muito por conseguires separar as águas e proporcionar à tua filha um convívio são e frequente com o pai dela.

Lara disse...

A sério, dá-me uma revolta...

Unknown disse...

Olá Lara. Sou uma leitora assidua do teu blog desde o tempo em que estavas grávida da tua Maria, já tenho comentado algumas vezes, mas desta vez mereces um comentário especial. O motivo pelo qual não me identifico é porque vou-te contar algo muito, muito pessoal e como deves calcular a minha privacidade e da minha filha está acima de tudo.
Há uns anos atrás a minha filha tinha uns comportamentos estranhos, agregados a isso fez um dia um comentário, que não vou aqui revelar, mas que me levou a suspeitar que o pai abusava sexualmente dela. Na altura fiquei "doente" sem saber o que fazer, falei como IAC que me conduziu atá à Clinica da Encarnação. Na altura entrei em panico pois diziam-me que se eu achava que de facto pai da menina abusava dela teria que restringir as visitas. Não o fiz, por um lado porque me custava a acreditar que tal fosse verdade por outro com medo das consequencias de tal acto sem que este estivesse fundamentado com um relatorio psiquiatrico.
Fui cobarde, eu sei. Felizmente o relatório veio negativo e o pai da menina nem sequer chegou a saber da suspeita. Na altura achei que era melhor assim, já bastava eu ficar com o estigma.
Nos tempos seguintes e apesar do relatorio em negativo a menina recusava muitas vezes ir para o pai, sem que desse um motivo para tal, o pai entretanto entrou em guerra comigo querendo cada vez mais tempo com a menina e ela cada vez recusava mais ir com ele. A dada altura e vendo que eu não cedia totalmente aos pedidos dele( tem em conta que ia cedendo devagarinho, tal como as crianças o desejam, nenhuma criança é fã de mudanças bruscas na sua vida), acabou por meter um processo de maus tratos dirigido a mim e ao meu companheiro de então. Tudo porque durante uma birra num espaço publico este deu-lhe uma palmada no rabo. Repara, foi num espaço publico, com centenas de pessoas a verem. Fui chamada a prestar depoimento, o meu companheiro também, e por fim a minha própria filha também. Por força dos acontecimentos, acabei por fazer uma exposição à Juiza do processo onde relatava todos os acontecimentos, a relutancia da menina em ir para o pai, os incumprimentos, do pai, a forma brusca dele lidar com ela, sabes o que sucedeu? Fui ameaçada que me retiravam a criança, sem mais. Ele apresenta uma queixa crime completamente descabida, para que saibas, varias pessoas foram chamadas a testemunhar, o processo esta concluido, e o depoimento da propria (a menina) não deixou margem para duvidas, a menina nunca sofreu qualquer tipo de maus tratos. Felizmente o processoa cabou bem, mas poderia não ter acabado assim tão bem, mas por causa de muitas mães, que um dia se lembraram de inventar uma historia para afastar os filhos dos pais assim eu fui tratada como farinha do mesmo saco. Hoje muitas coisas continuam irrgulares. Há coisas que não se podem admitir que os pais façam em determinadas idades, mas sabes que mais? hoje eu calo-me porque um dia será ela a revoltar-se e a po-lo na loinha e a não admitir certo tipo de comportamentos.
Compreendo a tua revolta, mas acredita, há maes assim, muitas, mas também há pais, filhos da ****
Se quiseres saber mais sobre este caso deixa aqui uma mensagem, eu falarei contigo no messenger.
Gostava de ter acesso a essa reportagem. Desde então tenho um interesse incalculavel por este tema, pela alienação parental. Beijinho grande

sonia disse...

Hà coisas muita nojentas neste mundo fora!!!!A minha mãe levava pancada até mais não, mas sempre nos quis empurrar na mesma po nosso pai. Ela sempre disse que os problemas eram entre eles e que visto ele nunca ter sido mau para nos, tinhamos o dever de o respeitar na mesmas.

De resto, olha hà coisas ainda mais nojentas, vai cuscar o cantinho. Deu a volta às tripas :(

Lara disse...

Mariana, o que me contas é horrível. Não quis, de forma alguma, defender todos os pais "homens", mas de facto é mais comum serem as mulheres a usarem os filhos como arma. Mas a tua situação exige muito respeito. Vou tentar digitalizar a reportagem de que falei. Envia-me um mail: lara-carvalho@iol.pt.

Mikasmokas disse...

vai ver o meu blog:
http://caracoleta.blogspot.com

e da associação a que faço parte e que luta contra esta descriminação/injustiça:
http://pais-para-sempre.blogspot.com

;)

Mikasmokas disse...

Mariana, o teu caso é raro, a esmagadora maioria das injustiças são feitas aos progenitores homens. Eu explicava-te porque isto te acontece, pois está mais que estudado pela Sociologia. Mas as falsas acusações por assédio sexual aos progenitores homens são muito mais graves do que te aconteceu a ti. A ti, pelo que vejo, nunca te foi retirado o convívio com a tua filha, aos progenitores homens, perante falsas acusações, a primeira coisa que o Tribunal faz é afastar a criança do seu pai e depois leva 4 a 5 anos a decidir. Explica-me se isto não é um crime hediondo prepertado pela magistratura portuguesa e pela própria sociedade portuguesa que faz com que milhares de crianças sejam alienadas completamente de um dos progenitores e de uma parte da família?! No meu caso, ainda há uns 2 meses a minha filha andou a dizer que eu lhe batia e que lhe mexia no pipi. Claro que não era verdade. Consciente da cobardia que é este tipo de manipulação e da gravidade que poderia advir disto fui imediamente falar com a educadora da minha filha sobre o porquê é que ela estava a dizer isso e contei ao máximo de gente possível o que estava a acontecer de forma a evitar qualquer acção por parte de quem (não vou fazer especulações) estava a fazer com que a minha filha reproduzisse aquele discurso. Posso dizer que neste momento a minha filha nunca mais voltou a falar disso e cada dia que passa quer que eu fique mais tempo com ela.

jaime roriz disse...

Olá viva eu sou um desses pais da reportagem do notícias magazine. Tenho nome - Jaime Roriz - e mail - correio@jaimeroriz.com

Sobre essa historia obstrusa da mãe que "foi tratada como farinha do mesmo saco" e uma vez que ainda acha que há problema porque não recorre à mediação familiar. Será talvez uma oportunidade de ser ouvida, e terá também uma oportunidade de ouvir.

Creio que o grande problema é que os pais não se ouvem há muito tempo. A sua filha merece que aqueles que mais a amam - o pai e a mãe - se oiçam mutuamente.

Lara disse...

Jaime e Ricardo,
Obrigada pela vossa participação.
Realmente o mundo dos blogs é um mundo bem pequenino, vieram aqui parar ao meu modesto canto e ao meu post! :)
Ricardo, prometo visitar-te!