20/01/2005

Lutarei até ao fim...


Hoje resolvi publicar aqui um texto escrito há uns meses...

Precisei de o ler...

No dia 20 de Julho a minha vida mudou para todo o sempre.

Uma irresponsabilidade levou-me a ficar grávida: não acreditar, ou sequer preocupar-me que a pílula pode ver a sua eficácia ameaçada pela toma de antibiótico.

Mas o certo é que fiquei... e o certo é que assumi desde esse momento que não era uma gravidez planeada, mas muito desejada, pois desde miúda que o meu maior sonho era ser mãe. Aconteceu quando eu menos esperava, com quem eu menos esperava...

Esta gravidez não surgiu de um Amor, mas sim, como eu costumo dizer, de uma amizade muito bonita e especial, pelo menos aos meus olhos. Era uma amizade "colorida", como se costuma chamar nestes tempos modernos!... Como bons amigos que éramos (e somos?...) tentámos ultrapassar a fase colorida, mas algo fazia com que não resistíssemos um ao outro, mês após mês. Eu por uns motivos, ele por outros... Eu por ser Mulher, ele por ser Homem... Cada qual pelos seus motivos!...

Foi difícil a batalha que travámos, as noites que passei em claro a pensar se realmente tinha o direito de querer ir em frente com uma gravidez que o Pai não queria, por não ser o momento ou a pessoa que ele teria idealizado para ser a Mãe dos seus filhos. Tive que lutar contra o triste preconceito que se revela nestas coisas: a mulher faz de propósito para prender o Homem, ou então, é uma frustrada e tendo um filho resolve os seus problemas. Tive e tenho de lutar todos os dias para me manter segura de que decidi o melhor: nunca na vida seria capaz de "tirar" um filho de dentro de mim. Não condeno quem o faz, mas não sou capaz de o fazer.

Tive que lutar para não me virar contra o Pai, de o deixar, a seu tempo, consciencializar-se de que há uma saída para tudo isto e que juntos seremos bons Pais, cada um em sua casa, é certo, mas cada um tendo o seu coração entregue ao Filho que vai nascer. Quantas crianças não encontram tanto amor no seio da "família tradicional"?...

Tenho a certeza de que vai correr tudo bem...

Tenho a certeza de que ambos vamos um dia recordar esta fase como um momento apenas, e em que aprendemos mais do que quase numa vida inteira...

Tenho a certeza de que o Pai vai amar tanto o seu filhote como eu, a Mãe, o vou amar...

Tenho a certeza de que faremos um excelente trabalho na educação do nosso Filho e que um dia poderemos esquecer como são duros os olhares da sociedade, que deturpa as vidas de cada um e atribui a todas as situações um "carimbo":

Para mim: “Coitadinha, é Mãe Solteira. Ele não presta. Nem merece o Filho! Ela não precisa dele para nada... Havia de ver o que eu lhe fazia! Não quer assumir??? Azar! Não assume a bem, passa a assumir a mal!”

Para Ele: “Coitadinho, a gaja enganou-o. Filha da Mãe, é mais uma que só queria um filho e que vai querer "sugar-lhe" dinheiro e fazer-lhe a vida negra e dizer ao filho que ele não presta... Epá, o gajo foi mesmo entalado pela tipa.”

Mas... cada caso é um caso...

Apesar de tudo, eu saberei ser paciente com o Pai do meu Filho e tenho a certeza de que ele vai ser um excelente Pai. E não vai ser mais nem menos melhor do que os outros só porque um dia se questionou se ele devia nascer ou não. Sabem porquê??? Tal como eu ele só quereria ser Pai se soubesse que o Melhor do Mundo lhe estaria destinado.

Parabéns a nós, Pai do meu Filho. Acho que temos lutado em opostos pelo mesmo objectivo.

Agora podemos descansar... e preparar os nossos corações para serem inundados de Amor, ainda mais Amor, quando o nosso Filho nascer, daqui a uns meses.

7 comentários:

Anónimo disse...

Bonito Lara! Sente-se a dor, mas a tua Maria vai ser menina para te trazer MUITOS sorrisos e coragem para olhares sempre SÓ em frente! Estarás sempre ligada ao Pai da tua filha e o importante para ela é q mantenham uma boa relação. Acima de tudo por ela! Tu encontrarás um principe que se apaixonará pelas duas, e o Pai continuará a existir nessa condição. De Pai!
*pipa*

Anónimo disse...

Força Lara, a Maria vai ter uma mãe que a ama e de certeza que o pai assim que a vir na sua frente pela 1ª vez vai-se apaixonar por ela. Quantas crianças não existiram fruto do acaso e que se tornam nos maiores tesouros de seus pais. Quem é que sabe o futuro? Possivelmente a Maria será muito mais feliz do que outras crianças que têm os pais juntos por pura fachada. Coragem.

Anónimo disse...

Querida Lara
Como eu te compreendo tão bem......................
um xi-coração
Nat

Morena disse...

Vais ver que não te vais arrepender NUNCA. É a coisa mais linda da vida!

beijos doces

Sofia

Anónimo disse...

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Unknown disse...

Cá estou de regresso. Mais uma vez parabéns! As nossas filhas serão certamente seres humanos felizes por terem pais que as adoram.
Em cada visita ao seu blog descubro tantas semelhanças que me assustam e tranquilizam. Soubesse eu dele quando a B nasceu (2007) e talvez não tivesse cometido alguns erros. A forma como conduziu a descoberta da gravidez, o nascimento da Maria, etc, ter-me-iam ajudado muito. Mas ultrapassada essa fase (que foi muito dura) o pai hoje adora-a, é um bom pai quando está com ela, mas não sei se posso contar com ele quando ela está comigo (não sei se me faço perceber), ou talvez eu não permita que isso aconteça. Surgiu a oportunidade de fazer uma pós-graduação, que implica uma vez por semana ter a noite ocupada, não sei como fazer, peço-lhe que fique com ela (?) até aqui nunca pedi nada, contei sempre com outros, mas agora, enfim… Conto com a sua experiência para aprender.
Obrigada!

Beijinhos.
Melancia

Lara disse...

Olá, Melancia!
Sugiro que me envies um e-mail para lara-carvalho@iol.pt.
Falamos "mais à vontade".
Fico a aguardar!
Bjs,
Lara