11/02/2009

"Crianças no Frigorífico"

É o título da coluna de Joaquim Letria no 24 Horas de hoje.

Sempre admirei este jornalista, acompanhando o seu percurso com respeito e consideração. Mas hoje, ao ler esta coluna, bufei, disse asneiras e senti o coração acelerar e o rosto ruborizar de raiva por ler tais palavras...

Perdoe-me, caro Sr. Joaquim Letria, mas não deve perceber nada da difícil conciliação de uma vida familiar com uma vida profissional. Se conhecer empregos, ou trabalhos, em que as mães saiam às quatro da tarde, para irem buscar os filhos à escola até às cinco da tarde, diga-me. Estou altamente interessada.

Acho que esta coluna ultrapassou aquela opinião do Miguel Sousa Tavares sobre as criancinhas nos restaurantes.
Estou estupefacta...

in 24 Horas (para ver em formato legível, clicar em cima da imagem)

6 comentários:

Filipa disse...

É de facto revoltante!
Quem nos dera a nós (mães e pais) que nos fizessem um horário compatível com as escolinhas dos nossos filhos.
Felizes daqueles pais (e filhos), que como eu, têm avós disponíveis para irem buscar os meninos. Se eu não tivesse, o meu Miguel teria que ficar das 09h às 19h, e almoçaria lá. Não que eu quizesse assim, mas porque não poderia ser de outra forma...
Mas eu quando tinha a idade dele, não tive avós disponíveis. Eu tinha dias que ficava no colégio das 08h às 20h!

shanna disse...

Que crónica tão infeliz:s..... saberá ele do que fala? Terá filhos que tenham que cumprir um horário de trabalho das 10 às 19h, num local de trabalho a 50 km do lar e da escola onde se deixa a criança? Sem ter por perto alguém que se prontifique a ir buscar a dita???... pois, a mim não me parece....Neste caso, mais valia ter estado caladinho!!!

Flores disse...

Gosto mto pouco de generalizações. Lara, e infelizmente há verdades no q ele diz. Há crianças q são literalmente despejadas nos infantários.

Agora tb há, é óbvio, uma gde dose de irrealidade. Pq só quem não sabe q as mães/pais trabalhadores deste país estão presos das 9 às 6 - a gde maioria - e moram nos subúrbios mtas vezes e demoram horas a chegar e a sair do emprego, a maior parte das vezes de transportes. E nem sempre há avós disponíveis para ir buscar as crianças. E nem tem q haver. Pq é aos pais q deveria caber essa tarefa.

Enfim...

Lara disse...

Minha querida Flores, concordo contigo. Há pais que despejam os filhos nos infantários, que as empregadas ou os avós é que lhes dão banhos, que´só os vão buscar depois de irem ao ginásio, blablabla...
Mas também há mães como nós, e eu por mim falo que 95% das vezes sou eu que vou buscar a minha filha, depois de percorrer a cidade de uma ponta à outra, que choramos interiormente as dez horas e meia que eles passam na escola. E, sim, senti-me muito, mas muito ofendida com esta crónica.
Mas, tens razão, também não gosto de generalizações, mas, sim, é capaz de haver aqui uma ponta de verdade. Mas em que percentagem? Ou compensarão denegrir os Pais que nós somos, com letras maiúsculas e plena dedicação aos filhos e cumprimento dos deveres para com eles?

Unknown disse...

Num mundo perfeito seria assim: pais que pudessem optar por trabalhar a meio tempo, que saíssem a horas para aproveitar o final da tarde com os filhos, blá, blá, blá... Mas não é assim, e se há pais que "despejam" os filhos por opção, esses são com certeza a minoria.

sonia disse...

No meu tempo, nem infantàrio nem avos, nada. Vinha para casa com o mano pela mão, abria a porta , tratava dele e de mim, faziamos os trabalhos de casa e esperàvamos pela minha mae que coitada so chegava às 21h a casa!

A Lara é uma sortuda em ter uma mãe que passa algumas tardes livres com ela e uma avo que de vez em quando lhe faz o almoçinho.

Mas quantas pessoas podem mesmo??

Poucas, né???

Que remédio os pais têm de os despejar nas escolas, mas nem todos sao iguais, claro! E realmente de ficar ofendida Lara!

Hà também aquelas mães todas pipi cocos que deixam os miudos ainda com a fralda da noite à educadora , porque "pagam" o serviço (vi eu !!!fiquei estupefacta mesmo!)