Hoje, se ainda fosses viva, farias 98 anos.
E eu continuo a recordar o dia do teu aniversário, mas, mais importante que tudo, a recordar-te e a perder-me de saudades do teu olhar doce, da pele da tua cara macia como a dos bebés, dos
dedos das tua mãos deformados pelas artroses, do teu cabelo imaculadamente branco, de quão baixinha eras...
Oh, avó velhinha, tenho tantas, mas tantas saudades tuas.
Recordo-me que no dia em que faleceste o meu pai me disse: "dói muito, mas com o tempo começa a doer menos".
Sim, é verdade. Doeu muito durante meses a fio em que não adormecia sem chorar de saudades. Agora, 12 anos após a tua partida, já passam dias sem que doa. Mas hoje dói. Dói muito.
E também me doeu ontem ter visto a avó, sentada num sofá onde antigamente ficava o teu, a ficar cada vez mais parecida contigo. Parecida e velhota, também. E doeu. Doeu pensar que um dia me vai doer muito também perdê-la a ela.
Dou graças a Deus por ter 33 anos e ter os meus avós todos a partilharem a minha vida, mas agora, que todos andam pelos 80 começo a ter muito medo. Sei que de um dia para o outro tudo pode mudar.
E às vezes esta vida acelerada dá-nos tão pouco tempo para gozar a companhia deles.
Mas, avó Velhinha, tenho mesmo muitas saudades tuas. Muitas, muitas, ...
Um beijo daqui até à estrelinha que representas no céu estrelado da nossa vida.
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1 comentário:
O ciclo da vida é assim, temos de o aceitar, mas custa muito!
:(
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